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CGTP-IN saiu às ruas

Durante uma semana, milhares de trabalhadores juntaram-se em ações por todo o país para defender “a saúde e os direitos” dos trabalhadores. No dia 25 de junho, na Praça do Município, em Lisboa, a secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, valorizou a realização de centenas de iniciativas de diferentes setores de atividade.

Na intervenção que rematou o desfile, a dirigente denunciou os ataques que têm sido dirigidos contra os trabalhadores, afirmando que os três meses e meio de surto epidémico do novo coronavírus vieram revelar “de forma mais clara a necessidade de alterações profundas” deste sistema económico, refere o AbrilAbril.

Da precariedade dos vínculos laborais, usada para despedir, ao layoff que corta 1/3 dos salários, fica claro como as opções dos “sucessivos governos” que “privilegiam os lucros do capital em detrimento das retribuições” têm contribuído para prejudicar o desenvolvimento do país, referiu a dirigente sindical.

Por outro lado, também o papel determinante do Estado na garantia dos cuidados de saúde se tornou mais evidente neste período, a par de outros serviços essenciais à população, desde a limpeza urbana à Escola Pública, afirmou.

A recusa em introduzir regras que travem os ataques aos direitos e rendimentos resulta de uma opção do governo e contrasta com as medidas dirigidas às grandes empresas e aos anos de lucros acumulados, sublinhou Isabel Camarinha.

Continua a não estar prevista a proibição dos despedimentos nem a reintegração dos trabalhadores que perderam o emprego durante o surto epidémico, nem o pagamento das retribuições a 100% aos que foram abrangidos pelo layoff, aponta a CGTP-IN.

«Não há dinheiro? Taxem-se as fortunas que a partir do nosso país são transferidas para os paraísos fiscais», defendeu, acrescentando que a receita fiscal poderia aumentar em 18 mil milhões de euros. De acordo com a central sindical, outra taxa poderia ser aplicada aos dividendos que todos os anos ultrapassam os 20 mil milhões de euros e são “apropriados no nosso país”. Uma taxa de 35% aplicada aos dividendos distribuídos pelas grandes empresas daria uma receita adicional de 3700 milhões de euros.

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