Trabalho

CGTP-IN

Semana de luta com início a 22 de junho

O Conselho Nacional da CGTP-IN reuniu n’A Voz do Operário e marcou uma semana de luta, com início no dia 22, que vai envolver ações de protesto nos locais de trabalho e na rua em defesa da saúde e dos direitos dos trabalhadores.

Para garantir o distanciamento os membros do Conselho Nacional da CGTP-IN, a central sindical decidiu reunir este órgão pela primeira vez desde o congresso no salão d’A Voz do Operário. Com 147 elementos, o órgão máximo entre congressos juntou-se nas instalações de uma associação que também escreveu uma parte importante da história do movimento operário em Portugal.

“Esta reunião devia ter sido realizada em fevereiro mas devido à pandemia e às medidas sanitárias não tivemos condições”, explicou a secretária-geral da CGTP-IN a este jornal. Isabel Camarinha destacou a importância da reunião no atual contexto: “É muito importante. Não só para continuar a linha daquilo que aprovámos no congresso como, tendo em conta a situação presente, para vermos quais são agora as necessidades e qual é a ação que vamos desenvolver no futuro próximo”.

Durante o dia, os membros do Conselho Nacional debateram a atual situação, sobretudo as medidas económicas e sociais que, de acordo com Isabel Camarinha, “causaram já um enorme prejuízo aos trabalhadores”. Com mais de 1 milhão e meio de trabalhadores com cortes salariais e mais 100 mil desempregados, só neste período, a CGTP-IN exige o fim deste modelo de “baixos salários e precariedade e desinvestimento nos serviços públicos”.

Para a secretária-geral desta central sindical, “o governo optou pelas grandes empresas e pelo grande capital” e recordou que a maioria dos trabalhadores em layoff pertence às maiores empresas. “Foram os trabalhadores que garantiram que o país continuasse a funcionar.

Defender saúde e direitos com luta

Nesse sentido, uma das conclusões da reunião foi a concretização de uma semana nacional de luta, entre os dias 22 e 26 de junho, com plenários, concentrações, marchas, greves e tribunas públicas em todos os setores e regiões do país. “O Conselho Nacional rejeitou a política de agravamento da exploração e empobrecimento, de cortes nos salários e atropelo dos direitos e assumiu o compromisso de levar a cabo uma ampla ação de esclarecimento, mobilização e luta, reforçando a unidade dos trabalhadores, a sua sindicalização e organização, dando mais força aos sindicatos, para garantir a valorização do trabalho e dos trabalhadores e respostas aos problemas do povo e do País”, afirmou no fim do encontro à agência Lusa Isabel Camarinha.

A semana de luta marcada é, assim, segundo a sindicalista, uma forma de “defender a saúde e os direitos dos trabalhadores, o emprego e os salários”.
Da reunião, considerou que se fez uma análise da atual situação político-sindical e “defendeu que têm de ser dadas respostas efetivas aos problemas dos trabalhadores”. “O Conselho Nacional considerou que as medidas que deverão ser hoje tomadas pelo governo têm que garantir a totalidade dos rendimentos dos trabalhadores, até para promover o consumo e a retoma económica”, sublinhou a secretária-geral da Intersindical. Os dirigentes sindicais reivindicaram ainda medidas que resolvam os principais problemas atualmente sentidos nos locais de trabalho, como a necessidade de transportes adequados, o respeito pelos horários e pelo direito a férias.

Foi também decidido que, no âmbito do 50.o aniversário da CGTP, a Interjovem realizará um piquenique em Lisboa no dia 4 de julho, sob o lema “50 anos de Juventude – Contra a Precariedade e os Baixos Salários”, que será “um momento de partilha, convívio, reivindicação e luta pelo trabalho com direitos”.

Desta vez a reunião do CN não se realizou no auditório da sede da CGTP, como é habitual, e decorreu no salão da Voz do Operário para ser possível manter o distanciamento social entre os 147 elementos deste órgão. No entanto, não estiveram presentes todos os elementos do Conselho Nacional por impossibilidades várias, nomeadamente os das regiões autónomas, tendo comparecido cerca de 80 sindicalistas.

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