A multinacional Teleperformance, que presta serviços na área do apoio ao cliente a diversas empresas, mandou instalar câmaras de vídeo nas casas dos seus trabalhadores exigindo que estejam sempre ligadas durante o período laboral. Confrontada com esta situação, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) considera que este tipo de controlo à distância em regime de teletrabalho não é admissível e que “implica uma restrição desnecessária e seguramente excessiva da vida privada do trabalhador”. De acordo com o AbrilAbril, CNPD adiantou que “a regra geral de proibição de utilização de meios de vigilância à distância, com a finalidade de controlar o desempenho profissional do trabalhador, é plenamente aplicável à realidade de teletrabalho”. Também acrescentou que “a circunstância de o trabalho estar a ser prestado a partir do domicílio não justifica uma maior restrição da esfera jurídica dos trabalhadores”.
A Teleperformance foi denunciada em março pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de Portugal, da CGTP-IN. Segundo a estrutura sindical, a empresa obrigou “todos os seus 10 500 trabalhadores” a prestar serviço no fim-de-semana como dia normal, “independentemente de ser folga ou não”.
