Leitura Infantil

No mês de maio, realizou-se n´A Voz do Operário um encontro sob o tema “Livros para a infância”, dinamizado pelas oradoras Dora Batalim (especialista em literatura), Margarida Botelho (autora e arte-educadora) e Andreia Brites (mediadora e crítica de leitura). Sabemos que o livro infantil, nos dias de hoje, tem uma tarefa nada fácil que é fazer frente a novos brinquedos e às novas tecnologias. Por sua vez, a leitura é um prazer que
se adquire “apenas” lendo, ou seja, quanto mais cedo se começa a estimular o gosto pela leitura nas crianças, mais possibilidades existem dessa missão ser bem-sucedida. Ler ou contar histórias aos filhos, desde que nascem, é uma excelente forma de os levar a gostar de ler. Para os pais, são momentos de aproximação, de afeto e de cumplicidade. É verdade que atualmente existe uma vasta oferta de livros para todas as idades e todos os gostos. Se ao bebé e, posteriormente, à criança em idade pré-escolar, forem
proporcionadas oportunidades de brincar com livros, estes tornar-se-ão objetos do dia a dia, sem os quais não poderá passar. Mas há livros e livros… há aqueles que chamam de imediato a nossa atenção pelas corres garridas, imagens extravagantes, desenhos em relevo ou letras gigantes; e outros que até passam despercebidos, mas que em termos de qualidade do conteúdo são fantásticos. Daí a importância de estarmos atentos na hora de escolher um livro e optar sempre pela qualidade e não pelo vistoso. Num bom livro infantil cabe sempre a máxima “menos é mais”. Considerando que a “qualidade” é passível de ser interpretada de várias formas, eis alguns aspetos que podemos ter em conta na hora de escolher um livro: o tamanho, o material de que é feito, se está bem escrito, a quantidade de imagens por página (como estão organizadas e se complementam ou não o que está escrito) e, por fim, se o objetivo do livro é adequado à idade dos leitores. Não menos importante, todos os componentes de um livro (desde a primeira à última página, da capa à contracapa, da guarda à folha de guarda – presentes só em livros de capa dura) têm de ser trabalhados meticulosamente, para que não se sobreponham. Afinal, são todos relevantes. Como defende a Dora Batalim: “um bom livro para crianças não deve infantilizar o mundo, mas sim respeitar a criança como um ser inteiro… os livros, muitas vezes, ajudam a explicar coisas que às vezes não temos palavras para elas”. Ainda que a opinião da criança sobre determinado livro seja importante, quem tem a palavra final são os adultos que estão a escolher e, como tal, todos nós temos a obrigação de orientar as crianças nas suas escolhas e ensiná-las progressivamente a criar critérios.

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