Continua a barbárie na Faixa de Gaza e continua a indiferença dos governos ocidentais. Israel pode bombardear vários países ao mesmo tempo, assassinar líderes políticos, recusar propostas de cessar-fogo e anunciar a anexação de territórios que nada lhe acontece. São tempos sombrios em que nos querem impor a lei do mais forte.
Já em Portugal, ano após ano, deparamo-nos com a tragédia dos incêndios e só em 2025 cerca de um quarto da área ardida em toda a União Europeia registou-se em Portugal. O nosso país é o que mais arde em termos absolutos e para lá das habituais declarações de circunstância os sucessivos governos continuam sem querer apostar em medidas estruturais que previnam os fogos. Por exemplo, o executivo liderado por Luís Montenegro cortou 44% das verbas destinadas às florestas.
Quando nos falam em aumentar a percentagem do Orçamento do Estado que vai para a guerra, por imposição dos Estados Unidos e da NATO, isso equivale ao desinvestimento noutras áreas. Continuarmos sem meios suficientes para combater os fogos é uma opção política, termos grávidas a dar à luz em ambulâncias também é uma escolha de quem prefere investir num lado e desinvestir noutro.
Finalmente, começam as aulas. O regresso em força da alegria aos corredores d’A Voz é uma boa notícia. Como escreveu Pascal Paulus nesta edição, é o regresso a um projeto de aprendizagem que é também “um salto para o desconhecido”, “um inquirir de coisas que queremos saber”. Nesse sentido, “a escola do diálogo é a instituição do pensamento crítico em que todos utilizam o saber para procurar soluções provisórias e para formular novas hipóteses”.
