A dança Dabkeh, que tem raízes profundas na história e na comunidade palestiniana, é uma expressão vibrante da identidade cultural e da resistência de um povo que continua a lutar contra tentativas de apagamento e desumanização. De dedos entrelaçados, passos ritmados e ombros unidos, os dançarinos simbolizam a força da unidade e o apoio da comunidade.
“Cada passo que damos é uma ligação simbólica com a nossa terra ancestral”, afirma Nour El Tibi. “O Dabkeh não é apenas uma dança, é uma forma de manter vivo o espírito do nosso povo e a nossa conexão com a Palestina.”
Além de ser uma tradição folclórica, o Dabkeh tem uma origem que remonta às práticas comunitárias, como a construção de telhados nas aldeias palestinianas, onde toda a comunidade participava batendo o barro com os pés. Com o tempo, tornou-se um símbolo de resistência e desafio face à opressão, e hoje é também uma forma de preservar a cultura e a história de um povo ameaçado por um genocídio.
Vale a pena relembrar Edward Said que, na sua obra Orientalismo, denuncia o processo de desumanização que o Ocidente tem desenvolvido sobre os povos do Médio Oriente, construindo uma visão que os representa como irracionais e culturalmente inferiores. Representação essa que foi usada para justificar a dominação colonial e imperialista facilitando o controle e exploração da região e a marginalização da população local.
O grupo Handala é composto por dançarinos de diferentes origens, todos unidos pela vontade de libertar a Palestina do colonialismo e da opressão, e pela preservação da sua rica herança cultural. “Dançamos para lembrar ao mundo que a Palestina está viva, de min el mayyeh lal mayyeh — da água ao mar”, ensinou-nos Nour El Tibi, citando um dos gritos de resistência mais conhecidos.
O grupo Handala, ao dançar, mantém viva a memória histórica e cultural de uma nação em luta.
O grupo Handala está presente no Instagram através da conta @handala.dabke.pt, onde faz a divulgação das atividades e eventos. Este mês, já realizámos apresentações na Casa do Comum, em Lisboa, e na Casa da Juventude, em Sintra. Em Novembro iremos abrir novas inscrições.