Rui Vieira Nery, Katia Guerreiro, Marta Pereira da Costa, Marco Oliveira e Maria Mendes estão entre os homenageados da próxima edição da 8.ª edição da Gala de Fado, que se realiza a 10 de novembro no Salão de Festas de A Voz do Operário.
Na cerimónia de apresentação do programa, que se realizou no Museu do Fado, Rita Morais diretora de comunicação e cultura d’A Voz do Operário, lembrou esta relação “profunda e histórica” do fado com a vida e a história desta instituição, e do facto dessa relação assentar numa “cultura feita por pessoas, para as pessoas”, ganhando uma particular relevância esta relação num ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Também o presidente da instituição, Manuel Figueiredo, na sua intervenção, aludiu à ligação entre o fado e a Voz do Operário, desde a fundação da instituição: “Desde a sua fundação, nos finais do século XIX, que a Voz do Operário apresenta uma forte ligação ao Fado, dando-lhe corpo enquanto expressão cultural dos bairros operários designadamente através das páginas do nosso jornal”, lembrando que no jornal, que este ano comemora os seus 145 anos, “muitos dos autores publicaram os seus poemas” quando o Fado era “encarado como um género musical marginal”, ajudando à sua dignificação. Mas, depois, recordaria Manuel Figueiredo, ao longo das 14 décadas de história da instituição, “foram inúmeras as personalidades do Fado, que ajudaram a manter viva esta atividade regular, através de sessões de Fado realizadas ou apoiadas pela Voz”. Neste formato de Gala, lembraria o presidente, a sua primeira edição ocorreu em 2017, apadrinhada, então, por Maria da Nazaré e, a partir de então a Gala foi ganhando a notoriedade “que a projetam como um dos grande eventos de Fado que se realizam” em Lisboa.
Pedro Moreira, presidente da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, da Câmara Municipal de Lisboa, saudou a iniciativa e disse ser “com especial carinho, que a EGEAC apadrinha e tem acompanhado a Gala do Fado”. Pedro Moreira disse ainda ser um “privilégio” ter trabalhado com a instituição durante as últimas décadas, lembrando a “importância que A Voz do Operário tem tido enquanto polo de aprendizagem e também na dinamização e preservação da canção de Lisboa”. E, nesse capítulo, referiu a importância da Voz como “parceiro estratégico na candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, na UNESCO”.
Mas a Gala não é só um momento de música. É também um momento de homenagem a grandes figuras do Fado, quer aos que o cantam quer aos seus autores, de letras e de músicas.
Esta 8.ª edição, irá homenagear algumas das personalidades que mais têm contribuído para a sua dimensão enquanto património mundial, designadamente Ruy Vieira Nery, pelo seu contributo literário e poético, Marco Oliveira e Marta Pereira da Costa, pela criação musical e excelência na interpretação e composição, Katia Guerreiro como a voz do Fado, mas também Maria Mendes, cantora, compositora que desbrava novos caminhos do fado, cruzando-os com outros universos musicais.
Recorde-se que a Gala do Fado d’A Voz do Operário conta na lista de homenageados figuras como Carlos do Carmo, Cidália Moreira, Ricardo Ribeiro, Luísa Amaro, António Chainho, Ada de Castro, Hélder Moutinho, Simone de Oliveira, José Luís Gordo, Maria Amélia Proença, entre outros.