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LGBTI+ denunciam apropriação israelita: “não há orgulho no apartheid!”

Numa carta aberta, 44 organizações e coletivos LGBTI+ de todo o país denunciam a política de pinkwashing – apropriação de posições do movimento para promover uma organização, partido ou Estado, escondendo preconceitos, más intenções ou crimes – a propósito de um evento de “orgulho LGBTI+” organizado pela Embaixada de Israel no Finalmente Clube, a 7 de junho. 

“O pinkwashing tornou-se mais uma ferramenta colonial israelita que continua a insistir numa falsa imagem progressista e tolerante, que descaradamente continua a explorar os direitos das pessoas LGBTI+ enquanto continua a matar, roubar e oprimir palestinianos, queer e não queer”, acusam os subscritores da carta aberta “Não há orgulho no apartheid!” 

Reivindicando alterações estruturais que “implicam, necessariamente, uma visão crítica ao capitalismo selvagem que explora a classe trabalhadora, as mulheres, as pessoas racializadas e as pessoas queer”, os coletivos LGBTI+ advogam que “a luta de libertação queer não é separada da luta de libertação palestiniana”, sublinhando que há centenas de palestinianos assassinados e perseguidos anualmente. 

“A comunidade LGBTI+ portuguesa envia assim uma mensagem clara: não aceitamos pinkwashing do regime fascista e colonial israelita, não aceitamos estereótipos racistas de pessoas palestinianas, não aceitamos manobras de diversão que nos tentam fazer esquecer a ocupação israelita”, rematam. 

Além da carta aberta, centenas de ativistas fizeram questão de demonstrar a sua indignação junto ao Finalmente Clube. Tanto o Comité Solidariedade com a Palestina como a Frente de Combate à LesBiGay Transfobia Panteras Rosas acompanharam os manifestantes, durante cerca de duas horas, empunharam cartazes com as inscrições “No pride [orgulho] in apartheid”, “No pride in genocide” ou “Não é orgulho, é vergonha”. 

De resto, nas redes sociais, a organização da 24ª Marcha Orgulho LGBTI+ (MOL), que reuniu milhares de pessoas em Lisboa, no passado 17 de junho, afirma-se “defensora de todos os direitos”, recusando a participação oficial do Estado de Israel na marcha que reivindicou o fim da discriminação no acesso ao trabalho e à habitação, assim como igualdade no direito à maternidade ou paternidade dos casais do mesmo sexo.

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