A Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário, está mais uma vez de parabéns. Comemora no próximo dia 13 o seu 140º aniversário. Foi neste dia de 1883 que, para dar corpo à luta dos operários contra a exploração e as miseráveis condições a que estavam sujeitos, nasceu A Voz do Operário.
São 14 décadas em que centenas de milhares de sócios e outros voluntários mantiveram viva esta sua Associação e mesmo nos momentos mais difíceis, sempre defenderam e concretizaram os mais altos valores do associativismo, bem como da prática da democracia participada que lhe está subjacente.
São 140 anos de grande envolvimento e entrega de milhares de dirigentes, na defesa e projeção d’A Voz do Operário e das causas que estiveram na sua origem e que sempre abraçou, nomeadamente na luta pela emancipação dos trabalhadores e no serviço prestado aos sócios e à comunidade.
São muitos os milhares de pessoas que passaram pel’A Voz do Operário, quer enquanto alunos quer como utentes das outras valências, que ficaram com a indelével marca desta casa que também passou a ser sua. Foram e são porta-vozes do bom trabalho aqui desenvolvido.
Mas para levar a cabo a muita e prestigiante atividade d’A Voz do Operário, foi e é determinante a dedicação, o esforço e o empenho dos milhares de trabalhadores que ao serviço da Instituição, com a qualidade do seu trabalho ajudaram à projeção desta Instituição de referência.
Todos estão, estamos todos de parabéns. As comemorações decorrerão ao longo de todo o ano. Já no próximo dia 25, às 19 horas, teremos a Sessão Solene e Jantar do Aniversário, para a qual apelamos à participação de todos.
Integrada na Sessão Solene, A Voz do Operário procede anualmente à homenagem a uma personalidade de mérito reconhecido. Este ano, enquadrando este aniversário redondo, é com uma grande satisfação que anuncio que a Direção decidiu distinguir Vítor Manuel Alves Agostinho, o nosso Vítor, em reconhecimento de uma vida inteiramente dedicada à sua (nossa) Voz do Operário, bem como às causas dos trabalhadores e do povo português.
Vítor Agostinho nasceu em 1951 no Bairro Alto. A sua ligação ao associativismo vem de muito jovem, tendo desde sempre pertencido ao clube do seu Bairro, o Lisboa Clube Rio de Janeiro, onde ainda antes do 25 de Abril fez parte da Secção Cultural, tendo igualmente sido seccionista de várias modalidades.
Pertenceu ou pertence aos órgãos sociais do Lisboa Clube Rio de Janeiro; Operário Futebol Clube de Lisboa; Centro de Reabilitação Horizonte; Parque Campismo Repouso e Caixa Económica Operária.
No âmbito de estruturas de representativas do movimento associativo e social, é membro da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Coletividades do Concelho de Lisboa e do Conselho Jurisdicional da Confederação Portuguesa de Coletividades de Cultura, Recreio e Deporto. Pertenceu ao Conselho Geral da CNIS.
Cedo iniciou a sua atividade política como militante comunista. A sua luta antifascista levou-o a ser por duas vezes preso pela PIDE.
Como membro do PCP manteve até hoje uma grande ligação ao poder local democrático, tendo participado na dissolução do executivo fascista da Freguesia da Encarnação e sido eleito para a sua Assembleia de Freguesia e Executivo. Foi eleito Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente de Fora, entre 1989 e 2017 sendo atualmente membro da Assembleia de Freguesia de S. Vicente.
Todos estes factos seriam mais do que suficientes para uma justa homenagem, mas esta prende-se sobretudo com sua forte ligação e dedicação À Voz do Operário.
São 37 anos de vida dedicados à Instituição, tanto como profissional como membro dos seus Órgãos Sociais. Em 1986 foi eleito para Vice-Presidente da Direção, passando igualmente a Diretor a tempo inteiro, tendo posteriormente presidido à Direção. Quando assumiu o cargo de Diretor-Geral, deixou de pertencer à Direção, embora sempre participando nas suas reuniões. Por motivo de reforma deixou o cargo de Diretor-Geral em Outubro de 2022, mantendo-se como Vice-Presidente da Direção, cargo para que foi eleito em dezembro de 2020.
Comemoramos 140 anos de um muito profícuo serviço prestado aos sócios e à comunidade e de cumprimento do desígnio dos seus fundadores, de defesa dos direitos dos trabalhadores, com a certeza de que saberemos todos, associados, dirigentes, trabalhadores e amigos, construir um futuro que honre e prossiga o seu legado.
