Editorial

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A paz é a saída necessária

Condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia não implica necessariamente branquear a ligação do Estado ucraniano a diferentes grupos abertamente neonazis. Não é democrático um regime que proibiu todas as organizações de esquerda e que impôs a fusão de vários de meio de comunicação num esforço para alimentar a propaganda de guerra. Sabemos que há desinformação de ambos os lados mas o trabalho dos jornalistas deve ser precisamente o de remar contra a maré e não abraçar a propaganda de um dos lados fingindo que a propaganda apenas existe do lado das forças russas. O ambiente político e mediático instalado procura hostilizar e descredibilizar qualquer informação que não encaixe na narrativa dominante. Se compararmos com outros conflitos, esta hostilidade é desproporcional. Não há memória de tal ter acontecido com os jornalistas que acompanharam a invasão da Jugoslávia, Iraque, Afeganistão e Líbia, entre outros países, a partir do lado invasor, o que não significa necessariamente apoiar esse lado. Cada vez mais, a luta pela democracia é uma exigência do presente e do futuro. A paz é a saída necessária, porque a guerra, mostra a realidade, é sempre paga pelos povos.

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