Durante a reunião no Infarmed realizada a 27 de julho, a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que, nas unidades de cuidados intensivos, apenas 5% dos internados tinham a vacinação completa. Para além disso, duas em cada 100 pessoas internadas com covid-19, entre 28 de junho e 4 de julho, já estavam completamente vacinadas contra a doença. O diretor dos Serviços de Informação e Análise da DGS, André Peralta Santos, em análise dos dados, explicou que no internamento geral nessa mesma semana, 68% dos doentes ainda não tinham iniciado a vacinação contra a covid-19 e que 30% tinham a vacinação incompleta.
No caso da vacinação incompleta, a DGS inclui também não só os indivíduos que só receberam uma dose contra a covid-19 mas também aqueles que tinham sido imunizados com a segunda dose há menos de duas semanas. As autoridades de saúde entendem que só ao fim de 14 dias é que o organismo terá desenvolvido a resposta imunitária à vacina.
Outro dado importante revela a proteção dos maiores de 80 anos. Duas doses da vacina reduzem em 85% o risco de hospitalização desta camada da população, revelou Ausenda Machado, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Apenas uma dose já oferece uma proteção significativa, reduzindo em 62,5% os internamentos nesta faixa etária.
Já entre os 65 e os 79 anos os resultados também são animadores. Segundo Ausenda Machado, uma dose reduz os internamentos nestas idades em 59,1%. Ainda não exitem dados relativos ao esquema completo de vacinação porque, como explicou a especialista, durante o período analisado não havia, nessa condição, pessoas hospitalizadas suficientes para a amostra.
Farmacêuticas aumentam preços das vacinas
As farmacêuticas Pfizer e Moderna aumentaram os preços de sua vacina contra a covid-19 através de um acordo com a União Europeia, segundo revelou neste domingo o jornal britânico Financial Times, que teve acesso ao contrato. O preço da vacina da Pfizer aumentou de 15,50 euros para 19,50 euros a unidade e a da Moderna, de 19 para 21,50 euros, segundo o jornal financeiro britânico.
Tal operação ocorre em pleno aumento de casos na Europa devido à variante Delta, contra a qual as vacinas das americanas Pfizer e Moderna aparentam ser mais eficazes para evitar formas graves da doença, de acordo com os primeiros estudos feitos.
Contactada pela AFP, a Comissão Europeia não quis fazer declarações após esta revelação, sendo que as farmacêuticas, para já, também não reagiram.
Bruxelas opôs-se desde o início a revelar o preço dos seus pedidos das vacinas, embora ,em dezembro, um ministro belga tenha revelado, no Twitter, um relatório que indicava o preço prometido por cada unidade pela UE: 1,78 euros para a vacina da AstraZeneca e 15.17 euros para a da Moderna. O mesmo post foi posteriormente apagado.
Em maio, a UE fechou um novo contrato com a Pfizer/BioNTech para comprar 1,8 mil milhões de doses da sua vacina da covid-19 até 2023, mas não informou o preço.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou em julho que alcançou o seu objetivo de possuir o número de doses suficiente para vacinar 70% dos europeus adultos (336 milhões de pessoas).
O programa de compra conjunta de vacinas dos países europeus comprou 330 milhões de doses da vacina da Pfizer, 100 milhões da AstraZeneca, 50 milhões da Moderna e 20 milhões da Johnson & Johnson.