No dia 26 de agosto, Jeff Bezos, fundador da Amazon, tornou-se na primeira pessoa no mundo a acumular uma fortuna de 200 mil milhões de dólares. De acordo com a Forbes, esta é a marca mais elevada jamais registada pela revista e mesmo adaptando a inflação ao longo dos anos não é possível encontrar outra pessoa que tenha atingido tal riqueza.

Apesar da queda a pique da economia, os gigantes da tecnologia continuam a lucrar num mundo cada vez mais desigual. Em conjunto, o valor de companhias como a Amazon, Apple, Facebook e Alphabet cresceu 250 mil milhões de dólares durante o último trimestre.

De acordo com o Bloomberg, as vendas líquidas da Amazon cresceram 40% para 88,9 mil milhões de dólares. Um dia depois de ver a sua fortuna bater recordes, cerca de cem manifestantes resolveram protestar contra os baixos salários pagos pela gigante do e-commerce aos seus trabalhadores e montaram uma guilhotina em frente à porta de casa de Jeff Bezzos.

Já a Apple anunciou que as suas receitas atingiram 59,7 mil milhões de dólares, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o Facebook informou que as suas receitas aumentaram neste período também em 11%, ou seja, até 18.687 milhões de dólares no segundo trimestre deste ano, em comparação com os 16.886 milhões do ano passado. Entretanto, a Alphabet, que é a empresa-mãe do gigante tecnológico Google, registou 38,297 mil milhões de dólares em receitas astronómicas durante o último trimestre. Contudo, este número representa uma queda de 2% em comparação com o mesmo período em 2019.

Em janeiro deste ano, ainda antes da pandemia, um estudo da ONG britânica Oxfam mostrou que cerca de 2 mil bilionários acumularam mais riqueza do que 60% do planeta. Uma razão, segundo a organização, é o colapso no sistema de tributação dos super-ricos e de grandes empresas, que pagam cada vez menos impostos e têm mais facilidade em escapar à tributação.

Em 2019, os 2.153 bilionários do mundo detinham mais riqueza acumulada que 4,6 bilhões de pessoas. Para mostrar a dimensão dessa disparidade, a organização calculou que, se uma pessoa tivesse economizado 10 mil dólares por dia desde a construção das pirâmides no Egito, teria hoje um quinto da fortuna média dos cinco bilionários mais ricos do mundo.

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