Inexplicavelmente, várias empresas de transportes mantêm-se em lay-off em plena pandemia e os movimentos de utentes exigem o reforço da oferta para fazer face ao aumento do número de passageiros.
O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) lamentou as declarações do Ministro das Infraestruturas e da Habitação sobre a possibilidade de acabar com as limitações à lotação dos transportes públicos de passageiros. Essas declarações foram, aliás, motivo de críticas da ministra da Saúde. Marta Temido afirmou que não vê razões para alterar recomendações da Direção-Geral da Saúde.
Para o MUSP, se nada indica que os transportes públicos sejam, por si só, um local de risco acrescido para o contágio da covid-19, há que cumprir “as recomendações da Direcção Geral de Saúde e da Organização Mundial de Saúde”, nomeadamente “no que diz respeito ao distanciamento social”, cita o AbrilAbril.
O movimento de utentes destaca que o importante “é acabar com o lay-off nas empresas de transporte de passageiros” e assegurar durante “as horas de ponta e nos períodos de maior procura” que estão em circulação “o maior número possível de veículos e composições”.
Os tempos de espera nos transportes, sublinha, não se resolvem “com a sobrelotação dos autocarros, barcos e comboios, mas sim com o reforço da frequência /oferta”.
Ao contrário, o que se espera, do governo e das transportadoras contratadas para prestar o serviço público de transportes é “mais notícias sobre o efetivo investimento nos transportes, a garantia e fiscalização da higienização efetuada aos veículos e composições, notícias sobre a venda automática de máscaras nas interfaces ou sobre a disponibilização de álcool-gel nos cais e estações, mas não, temos declarações que não resolvem problemas apenas acrescentam ruído”.
O comunicado do MUSP citado pelo AbrilAbril conclui reafirmando a sua convicção de que o sistema de transporte das áreas metropolitanas e das comunidades intermunicipais tem um papel fundamental a desempenhar na vida das populações e na diminuição dos focos epidémicos, bastando para tal o efetivo investimento na melhoria da higiene, segurança e frequência das ligações já existentes e a criação das necessárias para garantir os restantes movimentos pendulares.