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Derrota de Macri acentua polarização na América Latina

Buenos Aires, 10 de junio de 2015.- La presidenta Cristina Fernandez de Kirchner; encabezó el acto por el 10 de junio en el Museo Malvinas en el Día de la Afirmación de los Derechos Argentinos sobre Malvinas, Antártida e Islas del Atlántico Sur y del primer aniversario del Museo Malvinas La Presidenta, junto a la Ministra de Cultura de la Nación, Teresa Parodi, y demás ministros, inauguró el Faro de la Soberanía instalado en el parque del Museo de Malvinas, ubicado en el predio del Espacio de la Memoria (ExESMA). Foto: Mauro Rico / Ministerio de Cultura de la Nación.

As consequências da reação intempestiva dos mercados à vitória da dupla Alberto Fernandéz e Cristina Kirchner nas primárias de agosto na Argentina, ainda não vêm descritas no relatório preliminar que já estima que, desde o primeiro trimestre do ano, a taxa de pessoas que vivem em condições de pobreza no país onde o voto é obrigatório disparou de 32 para 35%. Na campanha eleitoral que o levou à Casa Rosada, Maurício Macri chegou a estabelecer como meta a “Pobreza Zero”. Quatro anos depois, numa altura em que a Universidade Católica Argentina denuncia que dos 40,5 milhões de habitantes, 14 milhões são pobres e 3 milhões vivem na indigência, arrisca falhar a reeleição, assombrado pelas visitas frequentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) que cobra medidas de austeridade e contenção de despesa em contrapartida pelas tranches do empréstimo de cerca de 57 mil milhões de euros que o candidato da oposição já prometeu renegociar. Apesar da grave crise económica, facto é que nem os mais optimistas previam o desfecho das eleições que servem de barómetro às presidenciais marcadas para 27 de outubro. Com uma margem de mais de 15 pontos, o professor de Direito que chefiou os gabinetes de de Néstor e Cristina Kirchner bateu a coligação do governo em toda a linha com 47% dos votos. No primeiro embate com a antecessora que concorre como vice pela coligação Frente de Todos, Macri não foi além dos 32%. Perdeu em 22 das 23 províncias e em Buenos Aires que concentra perto de 40% do eleitorado. Unânimes, os analistas não antecipam reviravolta e já dão como certa a promessa da “nova Argentina” de Fernandéz. Na alta finança, os credores sublinharam a desconfiança com o índice da Bolsa da capital a perder mais de 30% e o peso a desvalorizar 32%. “O cenário mais provável na Argentina é o da ruptura com as decisões do governo”, resumiu uma nota da financeira JP Morgan nas 24 horas que se seguiram à derrota que, caso se confirme em outubro, promete abalar o panorama político da América Latina, onde o neoliberalismo de Macri encabeça as teorias do fim do ciclo das democracias progressistas.

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