Várias crianças da Quinta da Lage, na Amadora, foram para a escola como todos os dias e quando voltaram não tinham casa. A Câmara Municipal, presidida por Carla Tavares, do PS, deu a ordem de demolir as habitações argumentando que tinha chegado a acordo com os moradores. Mas no local, Rita Rato, deputada do PCP, desmentiu a autarca. A eleita comunista, que assistiu às demolições, afirmou ao AbrilAbril, nesse dia, que os moradores foram apanhados desprevenidos e não sabiam para onde ir. “Trata-se de famílias com crianças que foram surpreendidas com esta decisão desumana e inaceitável por parte da presidente da Câmara Municipal da Amadora, e que não têm para onde ir”, denunciou. “As crianças foram normalmente para a escola de manhã e no fim do dia já não tinham casa”, esclareceu a deputada. As demolições no Bairro da Quinta da Lage provocaram críticas e a preocupação em deputados de vários partidos, antes do início da votação indiciária, num grupo de trabalho, da Lei de Bases da Habitação, na Assembleia da República. “Neste momento há uma força policial a ocupar o bairro, a promover despejos e demolições”, o que é “lamentável”, e acontece “dias depois de termos inaugurado a exposição e no dia em que o Presidente da República visita Cabo Verde e faz referências às comunidades que vivem em Portugal”, afirmou Pedro Soares, do Bloco de Esquerda.
Helena Roseta destacou que a situação das demolições na Quinta da Lage tinha sido transmitida à Procuradoria de Justiça e que foi dado conhecimento ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apesar de este “não poder intervir diretamente”. Vários deputados da mesma cor que a autarca da Amadora criticaram também as demolições. Hugo Pires, deputado do PS e coordenador do grupo de trabalho, explicou que a presidente de câmara da Amadora já tinha garantido que “ninguém seria despejado sem uma alternativa de habitação adequada”, mas deixou claro que “o PS preferia que a comunidade ficasse junta porque há laços de vizinhança”, e que “não se façam realojamentos de pesca à linha”. A Voz do Operário sabe que este assunto tem sido tema recorrente na Assembleia Municipal da Amadora e que a autarca já foi confrontada diretamente ali pelos moradores. Numa das sessões, o presidente daquele órgão, também do PS, interrompeu a sessão e mandou esvaziar a parte reservada aos munícipes onde dezenas de moradores da Quinta da Lage protestavam. A Quinta da Lage é um dos 35 bairros do concelho da Amadora recenseados no Programa Especial de Realojamento (PER). Ali vivem cerca de 400 famílias e a maioria não se encontra abrangida pelo PER, uma vez que este instrumento não recebe novos registos desde 1993.
Helena Roseta destacou que a situação das demolições na Quinta da Lage tinha sido transmitida à Procuradoria de Justiça e que foi dado conhecimento ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apesar de este “não poder intervir diretamente”. Vários deputados da mesma cor que a autarca da Amadora criticaram também as demolições. Hugo Pires, deputado do PS e coordenador do grupo de trabalho, explicou que a presidente de câmara da Amadora já tinha garantido que “ninguém seria despejado sem uma alternativa de habitação adequada”, mas deixou claro que “o PS preferia que a comunidade ficasse junta porque há laços de vizinhança”, e que “não se façam realojamentos de pesca à linha”. A Voz do Operário sabe que este assunto tem sido tema recorrente na Assembleia Municipal da Amadora e que a autarca já foi confrontada diretamente ali pelos moradores. Numa das sessões, o presidente daquele órgão, também do PS, interrompeu a sessão e mandou esvaziar a parte reservada aos munícipes onde dezenas de moradores da Quinta da Lage protestavam. A Quinta da Lage é um dos 35 bairros do concelho da Amadora recenseados no Programa Especial de Realojamento (PER). Ali vivem cerca de 400 famílias e a maioria não se encontra abrangida pelo PER, uma vez que este instrumento não recebe novos registos desde 1993.