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25 Abril

Paiva Couceiro recebe festa do 25 de Abril

A celebração do aniversário da revolução vai celebrar-se na Praça Paiva Couceiro, em Lisboa, como é habitual, no dia 24 de Abril, a partir das 19 horas. A festa vai incluir o Coro Infantil d’A Voz do Operário, Ginástica Sénior do Clube Musical União, Baque do Tejo e Barricada Som Sistema. Para além deste momento cultural, estão previstas intervenções políticas de organizações juvenis, do movimento associativo e de um militar de Abril.

Esta iniciativa, da Comissão Organizadora das Comemorações do 25 de Abril da Zona Oriental de Lisboa, insere-se num vasto número de atos de celebração da revolução, e é acompanhada por um manifesto subscrito por várias organizações culturais, sociais e políticas, incluindo A Voz do Operário.


COMISSÃO ORGANIZADORA DAS COMEMORAÇÕES POPULARES DO 25 DE ABRIL

A DEMOCRACIA E A LIBERDADE VENCERÃO – MANIFESTO

Estamos a celebrar o 49º aniversário da Revolução dos Cravos. 49 anos de Democracia sobre os negros 48 anos de fascismo; 49 anos de Liberdade sobre os 48 anos de censura, de atraso social, cultural e económico. 49 anos de vitória sobre os 48 anos de isolamento, miséria e tacanhez.

Este é também o ano em que começaremos a celebrar meio século de Conquistas da Revolução, 50 anos depois daquela luminosa madrugada em que o Povo, em massa e em união com o MFA, pegou na Revolta dos Capitães de Abril e fez da tristeza esperança.

O direito à habitação, a liberdade de imprensa, a igualdade entre homens e mulheres em direitos e deveres, o fim da discriminação das pessoas com deficiência, o salário mínimo nacional, o poder autárquico democrático e as autonomias regionais, o Serviço Nacional de Saúde, o direito a férias pagas, o direito à educação, ao usufruto do lazer, o direito à cultura, enfim, o direito a ser feliz, tudo foi conquistado pelo Povo Português na Revolução de Abril, consagrado na Constituição da República Portuguesa de Abril de 1976 e materializado no terreno, nas vidas dos portugueses e das portuguesas.

Essas conquistas, infelizmente, estão em perigo.

A Constituição tem sofrido ataques intensos e revanchistas. Usando a liberdade e a democracia conquistadas, os representantes do grande capital, em nome da modernidade e da renovação, tentam impor o pensamento único. Em nome de valores que não respeitam, abrem caminho à discriminação social, à xenofobia, a uma nova forma de escravatura, à exploração dos povos, à tentativa de regresso do fascismo. A economia da grande finança destrói a economia produtiva e o ambiente. A vida das pessoas é reduzida a um activo, a capital humano, a recurso. Promovem o individualismo. Tentam destruir o Associativismo recreativo, desportivo, cultural, e põem em causa a liberdade sindical. O Colectivo passou a ser visto como algo subversivo, se não se enquadrar na lógica empresarial.

Os ataques ao regime democrático são cada vez mais intensos. A ofensiva ideológica tenta inculcar as ideias da aceitação passiva, da inevitabilidade, tentando levar à não intervenção e contrariando toda a capacidade de contestação e participação democráticas, sob a falsa ideia de que em democracia basta votar, não é necessário lutar.

E contudo, nós estamos aqui! Nós, os herdeiros de Abril, estamos aqui para dizer que Abril vencerá! Contra o pensamento único, contra a precarização das condições de trabalho, a discriminação e a desigualdade, e contra a cultura do medo. Pela diversidade, pelos direitos de quem trabalha, pelos direitos das pessoas com deficiência, pela cultura para todos, por um Portugal democrático e livre! E afirmamos que 49 anos de Abril são muitos anos de vitórias, mas são também 49 anos de luta. É quase meio século de esperança que, apesar dos ataques, continuará iluminando o caminho do nosso Povo!

A Democracia e a Liberdade vencerão!

Abril vencerá!

25 de Abril Sempre! Fascismo nunca mais

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