No dia 28 de junho, após a greve dos trabalhadores da CP, a administração da empresa informou que chegou a acordo sobre o regulamento de carreiras com apenas uma organização sindical. Contudo, este regulamento abrange todas as carreiras da empresa e o sindicato que negociou com os administradores e aceitou o acordo representa apenas os trabalhadores de uma única categoria profissional.
Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS/CGTP-IN) reagiu ao sucedido, dizendo nunca ter assistido a um acordo deste tipo. A estrutura sindical afirma que recebeu a última proposta no dia 26 de junho, a qual pedia que se abrisse a porta a um regulamento de carreiras “que tem merecido muitas críticas das organizações que subscreveram o pré-aviso de greve do passado dia 28”.
Explica a FECTRANS que a administração prometia uma “actualização de 1,15% em todos os índices a partir de 1 de julho deste ano, mas em contrapartida retirava a proposta de redução dos tempos de permanência para evolução entre os índices salariais”, algo que representava um retrocesso.
Face ao acordo entre a administração e o sindicato que só representa uma carreira da CP, a FECTRANS afirma que “o serviço prestado pela CP é a conjugação da atividade das diversas áreas da empresa, que se complementam e que as soluções para garantir o futuro da empresa têm que ser globais e equilibradas”.
A federação sindical afeta à CGTP-IN clarifica a posição, reiterando que “os comboios para andarem têm de ter quem os repare e mantenha, tem de haver quem organize o trabalho na retaguarda, para a empresa ter receitas é necessário quem venda os títulos de transporte e os fiscalize e, por isso, quem administra tem de ter em conta esta realidade, caso contrário, como aconteceu noutras alturas, em vez de se solucionar um conflito, o efeito é precisamente o contrário”.
No fecho desta edição, estava agendada uma reunião entre as várias organizações que subscreveram o pré-aviso de greve do passado dia 28 de junho, tendo sido ainda dirigidos convites às comissões de trabalhadores da CP e da Infrastruturas de Portugal (IP), assim como a organizações que apenas representam trabalhadores do grupo IP e de trabalhadores da CP que não acompanharam a última ação de luta.