Segundo a nota do sindicato, a empresa Webhelp contrata trabalhadores estrangeiros e subcontrata a gestão do serviço de aluguer de quarto para estes funcionários.

A renda, de cerca de 300€ mensais, é retirada directamente do seu salário, sem recibo de arrendamento e sujeita a regras restritas (como por exemplo, vedar o acesso a acompanhantes ou a possibilidade de ingestão de álcool).

A empresa pretende também que as faltas injustificadas ao trabalho tenham consequências no contrato de arrendamento estabelecido, impondo o despejo com aviso de 72 horas de antecedência.

Em 2021, Portugal contava com mais de 13% dos trabalhadores empregados imigrantes.

O desconhecimento da lei portuguesa e a situação de fragilidade social destes trabalhadores levam a que esta seja já a segunda tentativa que o sindicato dos trabalhadores do comércio e serviços impede.

Segundo o AbrilAbril, a ação de trabalhadores com o seu sindicato impediu o despejo. Em entrevista, um dos trabalhadores refere, inclusivamente, que as faltas são injustificadas por dificuldade no acesso a cuidados de saúde.

O CESP salienta a ausência de ordem judicial que consubstancie o despejo. Considera também um desrespeito particularmente grave, considerando que se tratam de trabalhadores recrutados pela empresa, deslocados, particularmente vulneráveis, já que a empresa quer ignorar que estão num país onde não têm estabelecidas redes sociais de apoio, a que possam recorrer. Sem alternativas, resta-lhes ficar sem alojamento. Esta situação em muito está relacionada com os salários baixos dos trabalhadores da Webhelp, afirma um dos trabalhadores e pretende forçar o despedimento.

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