Uma Tribuna Pública foi realizada, no passado 2 de novembro, em frente à Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, na Avenida Abreu Lopes em Odivelas, pelo Movimento Mais Saúde. O Movimento recolheu assinaturas num abaixo-assinado que denuncia a degradação das condições de acesso aos cuidados de saúde da população de Odivelas, e refere que há um cada vez maior número de utentes sem médicos de família. Segundo o MMS são já 44 mil os utentes em todo o concelho que não dispõem de médico de família.
Mais de uma centena de pessoas fazia fila à porta da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), em Odivelas. Era o primeiro dia de semana do mês de novembro altura em que os utentes se deslocam ao UCSP da freguesia de Odivelas para marcarem as consultas do mês.
A fila interminável tinha começado a ser formada às 4h00 da manhã, só às 8h00 as portas abriam e a informação que era transmitido por funcionários do UCSP apontava para um número máximo de 170 consultas mensais, excetuando grávidas e os mais idosos que não contavam para este limite de consultas naquela unidade.
Segundo dados do ARS Lisboa Vale do Tejo, os utentes do UCSP de Odivelas são maioritariamente de uma faixa etária entre os 25 anos e 54 e a maioria são mulheres.
Entretanto, o Movimento Mais Saúde, de Odivelas, por volta das 7h00 da manhã, concentrou-se junto àquela Unidade de Saúde, realizando ali uma Tribuna Pública.
Segundo dados do ACES Loures/Odivelas, são mais de 22 mil os utentes sem médico de família, cerca de 70% dos que ali estão inscritos. Apesar desta situação grave, este centro, que funciona nas antigas instalações do CATUS, via ser reduzido o número de clínicos de 8 para 7.
São mais de 32 mil os utentes ali inscritos e as principais queixas são as dificuldades na marcação de uma consulta, mas também condições precárias a que estão sujeitos, na maioria das vezes, horas seguidas à espera no exterior, à chuva e ao frio, sem condições para se abrigarem.
Foram muitos os utentes a subscreverem o abaixo-assinado que agora vai ser dirigido às entidades responsáveis e que exige ao governo adoção de medidas que “garantam o reforço do número de médicos e outros profissionais, que permitam o direito da população aos cuidados de saúde e que aposte na melhoria de condições do Serviço Nacional de Saúde. O abaixo-assinado defende a melhoria das condições de trabalho de todos os profissionais do SNS, a aquisição, por parte do Estado, de mais meios de diagnóstico e o reforço dos serviços dos laboratórios nacionais.