Em 2017, na primeira Gala de Fado d’A Voz do Operário, Maria da Nazaré foi homenageada com o prémio Artes e Espetáculo e assumiu o papel de madrinha do evento que já vai para a sua 9.ª edição. Desde então, toda a imagem da Gala de Fado, assim como as estatuetas atribuídas aos galardoados são inspiradas na sua figura. A notícia da morte de Maria da Nazaré deixou enlutada a comunidade d’A Voz do Operário que vê assim partir a sua madrinha.
A fadista nasceu no Barreiro e cedo rumou a Lisboa, onde se radicou no Bairro de Campo de Ourique. Foi ali que começou a cantar. Primeiro em serões de amigos e depois integrando sessões para trabalhadores, organizadas pela antiga FNAT (hoje, INATEL). Nos finais dos anos sessenta, venceu por duas vezes a Grande Noite do Fado no Coliseu de Lisboa e nunca mais parou de cantar.
Integrou o elenco dos artistas que colaboravam com a antiga Emissora Nacional, percorrendo o país a cantar em serões para trabalhadores, que eram retransmitidos pela rádio. Editou vários discos e cantou em vários cantos do mundo. Ao longo da sua carreira, recebeu muitos prémios e distinções, de onde se destaca a Medalha Municipal de Mérito da Câmara de Lisboa – Grau de Ouro.
No ano passado, A Voz do Operário contou com a sua presença na apresentação do programa da 8.ª Gala de Fado, no Museu do Fado, onde teve a generosidade de cantar para os presentes, num momento de muita beleza e intimidade. Maria da Nazaré deixará, certamente, muitas saudades e o seu lugado vai permanecer no património da Gala de Fado.
