Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) aderiram à paralisação nos dias 23 e 24 de maio em protesto por aumentos salariais, respeito pela contratação coletiva e melhores condições de vida. As convocatórias da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) incluíram também concentrações à frente da sede da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e em frente à Estação de São Bento no Porto.
De acordo com a FNSTFPS, ao longo dos anos, assiste-se “a uma recorrente desvalorização do trabalho e dos trabalhadores deste setor, assente nos baixos salários e nas deficientes condições de trabalho, impostos pelas entidades patronais, no exercício de funções que são indispensáveis às populações em geral e aos cidadãos mais vulneráveis em particular”. Nesse sentido, esta estrutura sindical exige um mínimo de 150 euros de atualização para todos os trabalhadores.
Por sua vez, o CESP reclama um aumento mínimo de 80 euros para o setor, 35 horas de trabalho para todos e complemento do trabalho aos domingos, entre outras reivindicações. De acordo com a dirigente sindical Ana Paula Rodrigues à agência Lusa, a estrutura sindical não aceita que se continue “a manter estes trabalhadores, que têm uma importância máxima para a comunidade”, limitados a receber um salário mínimo. À mesma agência, Ana Paula Rodrigues referiu que os trabalhadores exigiam, no início das negociações, um aumento salarial de 150: “Em resposta, a CNIS ofereceu um aumento de 50%, que acaba engolido na tabela salarial para o valor do salário mínimo. Entretanto, reformulamos a proposta e dissemos que estávamos disponíveis para 80 euros e foi também rejeitado pela CNIS. Não podemos aceitar que estes trabalhadores continuem neste registo de salário mínimo”.