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Inaugurado museu da resistência e liberdade na Fortaleza de Peniche

A inauguração contou com a presença de milhares de pessoas, com um desfile nas ruas da cidade, incluindo ex-presos políticos.

Foi inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade na Fortaleza de Peniche no dia em que se celebraram os 50 anos da libertação dos presos políticos. O novo espaço dedicado à memória antifascista pretende lembrar a coragem daqueles que sacrificaram a sua vida em prol da luta pela liberdade. A inauguração contou com a intervenção de Domingos Abrantes e José Pedro Soares, entre outros ex-presos políticos.

Em 2017, depois da aprovação de uma proposta do PCP, foi decidido, em Conselho de Ministros, a criação de um Museu Nacional neste local para preservar a memória de 48 anos de fascismo no país. Para além de outros espaços é possível visitar, de forma gratuita, o memorial dedicado aos antifascistas presos, assim como o parlatório.

Encerrada em 2022, a antiga prisão política foi sujeita a obras para receber esta nova configuração museológica. Dirigido pela museóloga e historiadora Aida Rechena, de acordo com a Lusa, o museu abre com o memorial dedicado aos quase 2.700 presos políticos que a fortaleza deteve entre 1934 e 1974, e com um percurso expositivo que passa pelas celas de alta segurança, as celas individuais, a Galeria da Liberdade e a exposição “Resistência e Liberdade”. A visita envolve ainda a Capela de Santa Bárbara, que conta a história da fortaleza e da prisão, o Fortim Redondo, lugar de isolamento e castigo, o parlatório, o pátio da cisterna e a livraria especializada.

Em 2016, a Fortaleza de Peniche, classificada como Monumento Nacional desde 1938, tinha sido integrada na lista de monumentos históricos do programa Revive a concessionar a privados, mas passados dois meses a polémica levou a Assembleia da República a defender a sua requalificação. Foi então decidida a criação de um museu dedicado à memória da luta contra a ditadura, do combate pela liberdade e àqueles que ousaram resistir.

Da história da prisão de Peniche constam, entre outras, as fugas do dirigente comunista António Dias Lourenço, em 17 de dezembro de 1957, e de Álvaro Cunhal com outros nove dos seus camaradas, em 3 de janeiro de 1960.

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