Opinião

Presidente

O massacre do povo palestiniano enquadra-se na estratégia de guerra do imperialismo

Israel prossegue a escalada de agressão e genocídio ao martirizado povo palestiniano agora invocando o pretexto do “direito de defesa” na sequência dos atos desencadeados pelo Hamas em 7 de outubro (curiosamente, mesmo na véspera desta ação, colonos israelitas invadiram propriedades de palestinianos na Cisjordânia assassinando os legítimos proprietários). Israel ocupa e bombardeia incessantemente a Faixa de Gaza, causando muitos milhares de mortos e feridos, milhões de deslocados sujeitos à sede e à fome, sem possibilidade de receber os mínimos cuidados básicos, a começar pelos de saúde.

Estamos perante um crime hediondo, com dimensões tais que nos lembram os perpetrados pelos nazis nos campos de extermínio.

É bom termos presentes os números deste genocídio, que em dois meses e meio matou vinte mil pessoas a grande maioria civis, incluindo muitas crianças, ao ritmo do assassínio de uma criança a cada dez minutos.

São várias as centenas de profissionais mortos no legítimo exercício das suas funções, designadamente jornalistas, que nos dão a conhecer o que no terreno está a acontecer, bem como funcionários das Nações Unidas que trabalhavam em Gaza. 

Israel tão pouco se coíbe de bombardear os hospitais, assassinando profissionais de saúde e doentes (quando atacou o primeiro hospital ainda tentou passar a ideia que tinha sido o Hamas por engano, mas depois perdeu a vergonha e veio dizer que os hospitais eram alvos legítimos). Para cúmulo Israel destruiu as tendas onde as pessoas se abrigavam junto a um hospital e enterrou-as vivas com buldozers.

Para Israel tudo são alvos legítimos, bombardeando equipamentos religiosos, de saúde, escolas, habitações, assassinando as pessoas lá dentro, tanto por ação direta dos projeteis, como sob os escombros.

São dois milhões de palestinianos em Gaza, que quando não morrem por ação dos bombardeamentos, acabam por sucumbir à fome e à sede. São refugiados no seu próprio território, obrigadas a deslocar-se de sul para norte e vice-versa, acabando por não estar seguros em nenhum lugar. Nem sequer são poupadas as ambulâncias que procuram socorrer os feridos, tanto palestinianas como de organizações internacionais.

O resgate de reféns tem sido apresentado por Israel como a justificação para o genocídio em curso, mas recusa-se a negociar um cessar-fogo e a sua libertação, entregando-os à morte às suas próprias mãos, como aconteceu recentemente com três reféns assassinados pelo exército israelita apesar de erguerem uma bandeira branca. Este ato, só por si, constitui um grave crime de guerra.

Importa acrescentar que não é só Gaza que está a ser atacada por Israel. Na Cisjordânia, onde Israel prossegue a instalação colonatos ilegais, roubando as terras e as casas aos palestinianos, o estado sionista já matou mais de 300 pessoas e feriu muitas centenas desde 7 de outubro.

Israel tem nas suas prisões milhares de palestinianos sem culpa formada, vítimas de torturas e humilhações. São homens, mulheres, jovens e crianças. Sim, os militares de Israel prendem crianças de 12 anos.

O propósito da política sionista de Israel é reafirmado pelos seus governantes e responsáveis militares, que não escondem os seus objetivos genocidas contra a população da Palestina. O racismo e a limpeza étnica são assumidos em declarações públicas, procurando deste modo inviabilizar o Estado da Palestina.

No Conselho de Segurança das Nações Unidas, os Estados Unidos, colocaram-se mais uma vez ao lado de Israel e vetaram uma Resolução que pedia o cessar-fogo em Gaza e negociações para a libertação dos reféns.

Na Assembleia Geral das Nações Unidas 153 países aprovaram uma Resolução pelo cessar-fogo em Gaza. Só os Estados Unidos, Israel e mais 8 países votaram contra. O imperialismo está do lado da guerra e do genocídio. A Humanidade está do outro, está do lado da paz e do respeito pelos Direitos Humanos.

Nos últimos 75 anos Israel já violou mais de 140 Resoluções das Nações Unidas. É um Estado pária, mas a este ninguém lhe impõe sanções.

A história escrevem-na os povos, muitas vezes com o seu próprio sangue. A heroica luta do martirizado povo palestiniano será um dia, não muito longínquo, coroada de êxito. A enorme solidariedade internacional e a simpatia pela sua causa contribuirão para que esse dia fique mais próximo.

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