No mesmo dia em que impelia os governos europeus a cortarem até ao final do ano o apoio às famílias e anunciava novo aumento da taxa de juros de referências, Lagarde sossegava a banca europeia, receosa de poder vir a ser contaminada pela queda dos bancos dos EUA, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, e afetados pela crise do Credit Suisse.
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) defendeu a redução dos apoios sociais, a famílias e empresas: “É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada”, disse Lagarde, assim que os preços da energia baixem. A presidente do BCE justifica com a ideia de que esta redução do apoio às famílias evita o aumento das “pressões inflacionistas a médio prazo”, disse no final da reunião de política monetária do BCE, na mesma conferência de imprensa onde anunciaria a subida da taxa de juros de referência em 50 pontos base, dos 3% para os 3,5%.
Este apelo de Lagarde e anúncio do BCE foram feitos numa altura em que era conhecida a falência dos bancos dos EUA, Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank, e também a crise do Banco Suíço, Credit Suisse (CS), que obrigou a que o Banco Central da Suíça e o governo disponibilizarem um fundo de 102 mil milhões de euros, mesmo depois da aquisição do Credit Suisse pelo UBS.
E enquanto às famílias em dificuldade, em toda a Europa, sobretudo com a subida das taxas de juros de referência decididas pelo BCE, Lagarde pede sacrifícios e aos governos dos países europeus aconselha a que abandonem as políticas de apoio social, já aos bancos Lagarde defende o contrário. A presidente do BCE foi afirmando que o Banco Central Europeu “está a acompanhar de perto as atuais tensões no mercado” e garantiu que o BCE “está preparado para responder conforme o necessário, no sentido de preservar a estabilidade de preços e a estabilidade financeira na área do euro”.