O Partido Socialista Unido da Venezuela ganhou 20 em 23 das governações em disputa nas eleições estaduais da Venezuela, a oposição apenas conseguiu a vitória em três estados, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A afluência às urnas foi de 41,80%, mais de 8 milhões de eleitores. Depois de conhecidos os resultados oficiais, o Presidente venezuelano dirigiu-se ao país para afirmar que este tinha sido um “bom triunfo, uma boa vitória, uma boa colheita”. Nicolás Maduro agradeceu ao povo venezuelano e afirmou que havia que “continuar a retificar e a aprender”.
Nas eleições participaram candidatos de dezenas de partidos, incluindo da oposição, e decorrem no seguimento dos diálogos entre o governo e a direita no México, em que se acordou celebrar esta ida às urnas com uma nova configuração das autoridades eleitorais, com a participação de observadores internacionais e com o necessário reconhecimento de ambas as partes do resultado final.
Para além das 23 governações, os 8 milhões de eleitores escolheram ainda 335 presidentes de câmara, 253 deputados estaduais e 2471 vereadores. Para o efeito, as autoridades disponibilizaram 14.262 centros de votação com 30.206 mesas de voto em todo o país. A plataforma tecnológica do sistema eleitoral venezuelano foi submetida a 16 auditorias que foram transmitidas em direto no canal web do CNE. No dia das eleições participaram cerca de 300 observadores internacionais, incluindo membros do Centro de Peritos Eleitorais da América Latina (CEELA), das Nações Unidas (ONU), do Centro Carter e da União Europeia (UE).
A chefe da Missão de Observação Eleitoral (MOE) da UE na Venezuela, Isabel Santos, informou que as recentes eleições regionais e locais realizadas no país sul-americano puderam confirmar que a votação decorreu “em melhores condições do que em processos eleitorais anteriores”. Isabel Santos reconheceu que os representantes do CNE “conseguiram melhorias nas componentes técnicas” da votação e considerou que a vontade destes funcionários é fundamental para “reconstruir a confiança na vida política do país”.
Nesse sentido, afirmou que durante a estadia na Venezuela os observadores internacionais chegaram à conclusão de que o novo conselho do CNE, constituído em maio de 2021, é visto como “a administração eleitoral mais equilibrada que a Venezuela teve nos últimos 20 anos”. A chefe da missão europeia considerou ainda que o trabalho dos 136 observadores que estiveram presentes nos 23 estados do país e visitaram 605 mesas de voto teve sempre o “total profissionalismo e cooperação” do CNE.
