Foi em 1907 que, em Portugal, os trabalhadores da indústria e do comércio viram escrito na lei o seu direito a terem um dia de folga por semana.
Quantas décadas de luta foram precisas para chegar a esse momento! E mais luta foi depois necessária para aplicação prática da lei. Aliás, ainda em 1907 um novo decreto do mesmo governo veio diminuir o seu alcance. Em 1911, a República prometeu resolver o problema com nova lei mas esta veio ainda envolta em contradições.
Marx sublinhava que “a emancipação das classes operárias tem de ser conquistada pelas próprias classes operárias”. E de facto, a acção colectiva de trabalhadores foi fundamental para que se tornasse realidade o direito a um dia de folga semanal.
Uma das pessoas que mais se empenharam nesta luta foi o sindicalista Júlio Silva.
Nasceu no dia 20 de janeiro de 1872, em Lisboa.
Foi fundador (em 1906) e ‘líder histórico’ de um grande sindicato à época, a «Associação de Classe dos Caixeiros de Lisboa».
E espalhou o seu activismo por diferentes vertentes associativas.
Entre outras tarefas, foi presidente da «Federação Nacional de Associações de Socorros Mútuos» (dissolvida por Salazar em 1941).
Foi também um dos principais fundadores da «Federação Distrital de Sociedades de Educação e Recreio de Lisboa» (em 1924) e dos «Inválidos do Comércio» (em 1929).
E foi presidente da assembleia-geral da sociedade A Voz do Operário.
Júlio Silva era militante do antigo Partido Socialista Português. E deu a cara pela oposição à ditadura como membro da “comissão de propaganda” de uma frente antifascista, a «Aliança Republicana-Socialista» (em 1931).
Faleceu em 1940.