A Assembleia de Freguesia dos Olivais, em Lisboa, aprovou na semana passada uma proposta dos moradores para a realização de um referendo local sobre a entrada da EMEL na freguesia. Em declarações à agência Lusa, Rui Almeida, membro da comissão instaladora da Associação de Moradores dos Olivais, disse que é assim cumprida uma promessa antiga da presidente da Junta, que, em 2013, tinha prometido ouvir os moradores. “[A autarca] tinha prometido que iria auscultar a
população para a resolução de um referendo local, o que não aconteceu. Os cidadãos estão cientes dos seus direitos. Se ela não o fizer, fazemos nós”, afirmou, explicando que “o referendo é um referendo relativamente à vontade que as pessoas possam expressar quanto à entrada da EMEL” nos Olivais. De acordo com a presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, Rute Lima (PS), ainda não há data para a realização do referendo, uma vez que as decisões tomadas na assembleia de quarta-feira ainda não che
garam ao Executivo. “Ainda é prematuro. A sessão foi ontem [quarta-feira]”, disse a autarca, indicando que só após a receção dos documentos é que a Junta de Freguesia irá “encetar os procedimentos legais para dar cumprimento às deliberações” da assembleia. Na quarta-feira decorreu na Escola Secundária Eça de Queirós, nos Olivais, uma Assembleia de Freguesia extraordinária, a pedido dos cidadãos, para discutirem a entrada da EMEL naquela freguesia, que tem sido muito contestada pelos residentes. Na anterior assembleia, Rute Lima tinha acusado a CDU de instigar à revolta. Nesta, Susana Matos, eleita comunista nos Olivais, afirmou que a CDU estava com a população contra os parquímetros. Rui Almeida lamentou que os resultados de uma consulta pública realizada sobre a entrada da EMEL nos Olivais não tenham sido divulgados. “[Os resultados] não foram respeitados. Oitenta por cento dos respondentes não considerou possível ou desejável que a EMEL viesse para a freguesia e, ainda assim, a câmara, a presidente da junta e a EMEL entendem que deve operar na freguesia”, realçou à Lusa, acrescentando que “espera há cerca de dois meses” para poder consultar os documentos. Segundo Rui Almeida, a reunião extraordinária não contou com as presenças da Câmara de Lisboa e da EMEL, considerando estas ausências como uma falta de respeito para com os cidadãos. “[A Câmara Municipal e a EMEL] não respeitaram o movimento de cidadãos, nós fazemos este entendimento”, assinalou, adiantando que todas as propostas apresentadas foram aprovadas por maioria. A medida de introdução de estacionamento tarifado na freguesia dos Olivais foi anunciada em maio de 2018 pela junta de freguesia e pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), tal como aconteceu noutras freguesias do concelho.
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