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O verão n’A Voz do Operário

Com a paragem letiva, os alunos da instituição aprendem a brincar e brincam a aprender.

Durante as férias de verão, a atividade das crianças no espaço educativo da Graça, n’A Voz do Operário, é uma brincadeira permanente. Se é certo que cada vez mais os alunos têm agendas muito preenchidas, é nos tempos livres, a brincar livremente, que encontram a maior janela de oportunidade para aprenderem a autorregular-se. No ATL d’A Voz do Operário, tenta-se, ao máximo, ser o adulto que ajuda a desbloquear o caminho para que a brincadeira aconteça, e não o que a impede. Trabalha-se com esse propósito, o que resulta em formar crianças mais autónomas e felizes. 
Por exemplo, há poucas semanas, um grupo de crianças usava um baloiço com demasiada velocidade e quando uma delas se magoou rapidamente definiram uma estratégia para usar um ponto comum como barómetro da altura máxima que poderia atingir o equipamento, para que fosse seguro. Nenhum adulto teve de intervir e a brincadeira seguiu sem percalços. 

Com a chegada da estação do calor e dos banhos de mar, o ATL organiza-se por quinzenas, sendo que numa das semanas, as crianças vão à praia e, na outra, vão todos os dias para um parque nas proximidades. Dá-se importância à descoberta de espaços na cidade deixando para trás, sempre que se pode, as paredes da escola que já tão bem as crianças conhecem. Tenta-se que o programa seja diversificado e inclusivo sempre atendendo às vontades das crianças, afinal o ATL é delas. Este ano, vai haver uma semana dedicada à multiculturalidade, em que vamos descer até à Mouraria e experimentar comidas típicas em comércios locais. As crianças vão ainda à Cova da Moura, na Amadora, visitar a Associação Moinho da Juventude e provar uma boa cachupa. Sempre de transportes públicos, que é como mais gostam de se deslocar. Vão contar ainda com os amigos da Frente Anti-racista para uma oficina de igualdade, onde o objetivo é construir cartazes para espalhar pela vizinhança.
Neste verão, as crianças já pintaram com o corpo, junto dos amigos utentes do Centro de Convívio, e expressaram num livro com desenhos a vontade de que a Palestina seja livre, para que um barco o entregue às crianças de Gaza. Na praia, provaram bolas de Berlim e participaram numa exposição e oficina imersiva na galeria Zé dos Bois. Apanharam um barco até ao outro lado do rio para desenhar a cidade de Lisboa de outra perspetiva. No verão, e no resto do ano, A Voz do Operário quer que as crianças sejam livres e, principalmente, que se apropriem de um tempo e espaço que só a elas pertence.

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