Sebastião Santana, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (CGTP), estava em reunião com uma representante da ministra da Saúde quando recebeu uma mensagem no telemóvel. Os seus camaradas estavam a ser expulsos à força pela PSP do átrio da entrada do ministério enquanto decorria o encontro. Imediatamente interrompeu a reunião e abandonou a reunião em protesto. Os trabalhadores exigem uma resposta da ministra Marta Temido à aplicação do contrato coletivo para os trabalhadores dos hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial) das carreiras gerais. Sebastião Santana considerou “desproporcionada” a forma como as forças de segurança trataram os trabalhadores.
Ao AbrilAbril, o dirigente explicou que os sindicatos e as direções dos hospitais chegaram a acordo, em julho, quanto à contagem do tempo de serviço para funcionários administrativos e técnicos superiores, mas as decisões só entram em vigor quando a ministra validar o acordo.
“Quando tomou posse, a ministra disse que ia regularizar os vínculos; ora, o seu mandato acaba no dia 6 de Outubro e deixa os trabalhadores com as suas vidas por resolver”, denunciou ao AbrilAbril.
A Federação contesta ainda que tenham ficado de fora da última passagem às 35 horas os funcionários do Hospital de Braga, no qual, entretanto, foi revertida a PPP (parceria público-privada) mas onde se mantém a legislação laboral do sector privado.
De acordo com Sebastião Santana, há trabalhadores no Hospital de Braga a ganhar 519 euros por mês, muito abaixo “dos 635 de mínimo para a administração pública”.
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