Depois das coimas de cerca de 1,25 milhões de euros aplicadas pelo Banco de Portugal ao atual presidente da Associação Mutualista Montepio e a outros gestores, o alerta foi dado pelo economista Eugénio Rosa. “Na Assembleia Geral da Caixa Económica, em que Tomás Correia era o único representante do acionista que é a Associação Mutualista, realizada em 16 de março de 2018, foi aprovado o pagamento pelo Banco Montepio de todos os custos que podiam ter os atuais ou antigos administradores com processos resultantes da sua atividade na Caixa Económica que decorressem de decisões de entidades oficiais”.
De acordo com António Godinho, empresário que encabeçou a lista que ficou atrás de Tomás Correia nas eleições de dezembro, o atual presidente da mutualista devia sair. Em declarações à Agência Lusa, afirmou que “era a forma de repor a legitimidade, de repor a confiança, em defesa da instituição, dos associados e dos trabalhadores”. O empresário considerou que esta condenação vem alterar os pressupostos de Tomás Correia quando se recandidatou, uma vez que o fez dizendo que “tinha a certeza de que não seria condenado e que tinha toda legitimidade ética para se candidatar”. “Hoje sabemos que não é assim”, vincou Godinho, que defendeu que haja uma “posição do governo, das entidades oficiais, sobre o tema” para afastar Tomás Correia.
Fernando Ribeiro Mendes, que pertenceu à administração de Tomás Correia, de quem se afastou e concorreu nas eleições de dezembro, defendeu eleições internas, para reforçar a confiança numa entidade com 600 mil associados e que geria no final de 2018 um ativo de cerca de 3,8 mil milhões de euros.