Isto na sequência de nova queda do Governo, provocada pela sua incapacidade de dar resposta aos crescentes problemas da população. Bem tentaram ocultar a verdadeira causa para o derrube do Governo (deste, como dos anteriores), mas sabemos que ela se deve à política de direita seguida, de agravamento das desigualdades, com os grandes grupos económicos a acumularem lucros astronómicos enquanto a maioria dos portugueses enfrenta cada vez mais dificuldades.
São hoje muito claras as opções que temos pela frente: ou se escolhe manter a atual situação, de alternância entre PS e PSD/CDS, apoiados nas políticas mais gravosas por IL e Chega, ou apostamos numa verdadeira alternativa política, contribuindo com o nosso voto para uma efetiva mudança de rumo, através de uma correlação de forças que afaste da governação a direita e a sua política.
Por muito que nos tentem vender que a escolha é apenas entre pessoas e que a política há muito está definida, nos termos dos ditames da União Europeia, devemos responder que não, os portugueses são donos do seu destino e têm nas suas mãos a escolha da política que melhor sirva o País e não apenas um punhado de privilegiados.
Como o passado nos demonstra, o PS só por si não é solução, a sua política praticamente não se diferencia da seguida pelo governo da AD. Aliás, recordo o que escreveu um destacado membro do PS: “Durante este ano, o PS permitiu um executivo minoritário da AD, viabilizou a eleição do Presidente da Assembleia da República, negou provimento à moção de rejeição do Programa do Governo, viabilizou o Orçamento do Estado para 2025 e rejeitou duas moções de censura”. Acrescento que entre as medidas viabilizadas pelo PS se encontra a descida do IRC, que colocou muitos milhões no bolso dos grandes grupos económicos, ao mesmo tempo que inviabilizou medidas que contribuiriam para a melhoria das condições de vida da maioria dos portugueses.
Bem sabemos que agora se esfarrapam para mostrar as diferenças entre eles, fazendo promessas em absoluto contraste com tudo o que fizeram. Propõem agora o que impediram antes.
No próximo dia 18 vamos votar por uma política alternativa baseada na Constituição da República Portuguesa, ao serviço do povo e que recoloque o nosso País na senda do progresso e do desenvolvimento.
Uma política que valorize significativamente o rendimento dos trabalhadores, em particular dos jovens e mulheres, de forma a fazer face ao custo de vida e para tornar possível uma vida digna para os trabalhadores e as suas famílias e para a diminuição da pobreza.
Uma política que acompanhe o desenvolvimento tecnológico e científico, proporcionando a redução do horário normal de trabalho para 35 horas semanais e 7 horas diárias, de modo a que a vida não seja só trabalhar, haja tempo para viver, para estar com a família e para o lazer.
Uma política que avance para o controlo de preços, designadamente da botija do gás, garantindo o controlo dos bens alimentares essenciais e baixando para 6% a taxa de IVA para a eletricidade, o gás e as comunicações.
Uma política de melhoria substancial da qualidade de vida das populações a partir do acesso a serviços públicos de qualidade, a começar pelo Serviço Nacional de Saúde, onde são necessários investimentos em meios e profissionais, combatendo a sua privatização, que levaria à negação do direito universal de todos à saúde.
Uma política que cumpra o direito constitucional à habitação, respondendo às crescentes dificuldades de acesso a uma casa, com uma política integrada, incluindo um Programa Nacional de Habitação Pública.
Em suma, uma política de construção de um País desenvolvido e solidário, que valorize o trabalho, defenda a produção nacional, coloque o Estado ao serviço do povo, que efetive os direitos sociais e o apoio à Cultura e à sua fruição, que afirme Portugal como um país livre e soberano, que comande o seu destino, numa Europa de cooperação de Estados soberanos e iguais em direitos, pelo progresso social e a Paz entre os povos, rejeitando a escalada armamentista em curso na União Europeia e no mundo.
Está nas nossas mãos.