Assinalou-se no dia 3 de dezembro o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, uma data que foi destacada pela Confederação Nacional das Organizações de Pessoas com Deficiência (CNOD) como o dia em que se celebra “a luta pela conquista de direitos” e “a sua efetivação na vida”. De acordo com esta estrutura, este ano, a celebração “reveste-se de um significado especial” devido à comemoração dos 50 anos da revolução de Abril e pelo que este processo “significou na vida das pessoas com deficiência”.
A CNOD recordou que antes da revolução de Abril “as pessoas com deficiência eram encarceradas, sem qualquer possibilidade de defesa e escondidos do resto da sociedade”. Nesse sentido, o fim da ditadura fascista foi a “consagração de direitos sociais, económicos e políticos” e “imprimiu uma profunda alteração sistémica na sociedade portuguesa”. Segundo esta estrutura, “abriram-se as portas às pessoas com deficiência para um lugar digno na sociedade”. Contudo, a CNOD reforça que “muito falta fazer ainda para tornar a sociedade inclusiva” e que se assiste a retrocessos “a nível do respeito pelos direitos”. Por isso, defendeu que “os valores de Abril, a Constituição da República Portuguesa e a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência” são o “garante” dos seus direitos. Nesse sentido, recordou que a revolução deve ser uma inspiração “para dar força ao movimento associativo das pessoas com deficiência”, uma vez que consideram que “só da sua luta resultará a concretização da sociedade inclusiva”.
Esta confederação alertou ainda para os efeitos dos conflitos no mundo, lembrando que as guerras são “máquinas de matar e de fabricar pessoas com deficiência”. Para a CNOD, “só em paz se consegue viver de pleno direito numa sociedade que se quer inclusiva”.