As mãos que trabalham a terra

Trocaram os seus países pelo nosso. Na viagem, muitos foram detidos e espancados pelas polícias fronteiriças pelo crime de procurarem uma vida melhor. Altamente explorados, vendem a sua força de trabalho a empresários que se aproveitam das fragilidades de quem chega para aumentar os seus lucros. Em Portugal, estão essenciais em setores como o turismo, a agricultura e a construção. Têm um papel importante para estabilizar as contas do sistema de segurança social.

Patrícia Estevão: “Uma cerveja vale mais do que uma hora do meu trabalho”

Em 2023, as receitas do turismo superaram os 6 mil milhões de euros. A região de Lisboa foi uma das que registou um aumento mais expressivo. Dentro do setor, a restauração registou também uma subida da faturação. Contudo, a maior parte destes números não chega aos bolsos dos trabalhadores. Patrícia Estevão, de Lisboa, é um desses casos. Com 46 anos, depois de uma licenciatura em cerâmica e uma década de emigração em Londres, trabalha num restaurante da capital como empregada de mesa. No fim de maio, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal organizou uma greve para exigir contratação coletiva e melhores condições de trabalho num setor em que os patrões se queixam da falta de mão de obra ao mesmo tempo que praticam baixos salários.

“Entretém-te, meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes”

Eles decidem por ti. Se hás-de almoçar em meia hora ou sair uma hora mais tarde. Se hás-de enfiar 40 horas de trabalho em 4 dias ou reservar algumas horas por semana para a empresa usar quando quiser, descansa, eles tratam disso. Se hás-de perder dias de férias ou ficar com o salário congelado.

Descaso nos museus e os desafios que se impõem 

“Património cultural” é um conceito de Abril. As referências prévias à Revolução surgem em finais de 1973, no âmbito da criação de uma Divisão integrada no então Ministério da Educação Nacional. Conecta-se, nesta fase, o património cultural com as bandeiras-chave da ditadura que procuravam cimentar uma determinada “identidade nacional”: folclore, tesouros e arte da nação. Longe, pois, do paradigma da cultura como factor de progresso e de emancipação humana inaugurado com o 25 de Abril.

Embarcação a caminho da Faixa de Gaza leva desenhos dos alunos d’A Voz do Operário

Foi uma manhã emotiva n’A Voz do Operário para cerca de meia centena de crianças que receberam na instituição os membros da Flotilha da Liberdade, grupo que pretende fazer chegar ajuda humanitária e a solidariedade internacional, através da embarcação Handala, à Faixa de Gaza.

As férias com subsídio são uma conquista de Abril

Foi com o primeiro-ministro Vasco Gonçalves, depois da revolução de Abril, que pela primeira vez se reconheceu aos trabalhadores o direito a férias com subsídio, uma conquista que importa continuar a defender.